Caros colegas, especialmente os cirurgiões!

No dia 18 de outubro comemoraremos  mais um Dia do Médico e cabe indagar se realmente temos o que comemorar. Num dos mais tenebrosos momentos atravessados pela Categoria Médica, que sofre uma deliberada e violenta ação de desconstrução profissional e de precarização das condições de trabalho, perpetradas pelo atual Governo, vimos e continuamos vendo, numa crescente, a proliferação de novos Cursos de Medicina ( já são 242); a importação, sem o necessário controle de qualidade, de aludidos médicos, principalmente de Cuba, rasgando a legislação emanada do próprio Governo, quando este ignora o Revalida e impõe à Sociedade estes “intercambistas”, com um único fim, o do lucro eleitoral; a desconfiguração dos Programas de Residência Médica, introduzindo o Serviço Civil obrigatório, representado pela passagem de um ano em Programas de “Residência” em Saúde de Família e Comunidade, sem definir quem orientará os jovens médicos neste período; o veto à Carreira de Estado e a hipocrisia de defendê-la nas peças de campanha eleitoral de inúmeros candidatos ligados aos partidos de apoio ao Governo, apenas como embuste aos menos avisados; enfim, outras tantas manobras, que nos deixam a duvidar se realmente temos o que comemorar.

Temos perdido batalhas, mas a luta se prenuncia longa e as possibilidades de mudança deste cenário dantesco, já são vistas, bruxuleantes no horizonte. Então, colegas, há sim o que comemorar; celebremos a resistência, o combate diuturno e, principalmente a oportunidade de darmos uma resposta incisiva e firme a todas estas agressões que temos sofrido: mudemos a nossa história, reescrevendo-a pela adoção de uma nova ordem!

Viva a Medicina Brasileira; Viva o Médico Brasileiro; Viva a Categoria dos Cirurgiões!

Heládio Feitosa Filho, TCBC

Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões