Papel do Supervisor e do Preceptor na Residência Médica em Cirurgia Geral é debatido em webinar

O evento online discutiu as competências necessárias para estes profissionais.

Nesta segunda-feira, (16/11), o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) realizou o webinar “Residência Médica em Cirurgia Geral: O papel do Supervisor e do Preceptor”. O evento, transmitido ao vivo pelas redes sociais do CBC (Facebook e YouTube), contou com a participação dos palestrantes TCBC Elizabeth Gomes dos Santos (RJ) e o TCBC Pedro Eder Portari (RJ). O TCBC Paulo Corsi (SP) coordenou o debate que contou ainda com a participação da TCBC Rosana Leite de Melo (MS) e do TCBC Gerson Alves (SP).

A TCBC Elizabeth Gomes dos Santos alertou para as dificuldade que os supervisores dos programas de residência enfrentam. Ela destacou que suas atribuições vão além das exigências técnicas. “Além do corte e costura, você tem que passar para os residentes: moral, valores éticos, humanidade, respeito pelos pacientes e colegas e humildade”, explicou.

Elizabeth ressaltou ainda que para ser um bom supervisor é necessário estar presente no dia a dia dos residentes, respeitá-los e ser confiável. Além disso, é necessário entender as atribuições exigidas pelas leis e/ou regulamentações para esta função e levar o trabalho a sério.

Depois das definições feitas por Elizabeth, coube ao TCBC Pedro Eder Portari explicar o que faz o Preceptor, diferenciando-o do supervisor. O cirurgião lembrou que de acordo com a última portaria da Comissão Nacional de Residência Médica, o papel do preceptor é ser o especialista dentro do corpo docente do serviço.

Porém, segundo ele, existe uma distinção muito tênue entre as duas funções e falta uma especialização entre esses profissionais. “A maioria dos preceptores são colegas que estão no dia a dia dos residentes. No nosso caso, diretamente no ambulatório, nas enfermarias e nas cirurgias”, completa. Por conta disso, o cirurgião levantou um debate para a necessidade dos preceptores se colocarem no papel de educadores. “Eu acho que temos que começar a caminhar para essa capacitação, pensando no bem da residência médica e para a uniformidade da formação de mão de obra de cunho social. Porque, no fundo, estamos formando os profissionais de amanhã para o Brasil, independentemente de onde vão atuar”, concluiu.

Durante o evento, os internautas enviaram perguntas que foram respondidas pelos especialistas. Confira as duas principais perguntas respondidas:

Eduardo Nacur Silva comentou que a Santa Casa de Belo Horizonte está com a Residência em Cirurgia Geral baseada em ​Entrusted Professional Activities (EPA). Em seguida, outra participante do evento perguntou do que se trata o EPA.

Resposta do TCBC Gerson Alves: “As EPAs são uma unidade de trabalho. Por exemplo: para intubar um cliente eu não preciso saber só as habilidades técnicas de intubação. É preciso conversar com a família, saber a indicação, conhecer a anatomia, a fisiologia, se vou precisar usar medicamentos farmacológicos para sedar o paciente, métodos alternativos… Então, vejam que a EPA junta diversos marcos de competência numa atividade só. Assim, a gente define o nível de supervisão do aluno, pois têm residentes muito bons em determinados procedimentos, alguns não sabem e a gente acaba generalizando a avaliação dele ao invés de individualizar. Neste sentido, a EPA nos permite ter uma noção mais clara das lacunas de aprendizado do aluno, para que possamos focar nela, permitindo sistematizar a supervisão. Porém, para desenvolvermos as EPAs, precisamos ter os marcos de competência bem definidos, de maneira nacional, entre a formação na graduação e na residência médica para evoluir a matriz que temos hoje.”

Heladio Feitosa FIlho perguntou: Todo Residente que inicia um programa em Cirurgia Geral obrigatoriamente sairá titulado?

Resposta da TCBC Rosana Leite de Melo: “Tivemos discussões em plenárias sobre recuperação. A educação formal prevê isso e a grosso modo ou ela é paralela ou acontece depois. A comissão tem uma resolução que diz que as avaliações devem acontecer no mínimo a cada três meses, mas sabemos que os residentes são avaliados diariamente. Durante o curso, vem o papel de fato do supervisor, que é se reunir com o preceptor para formar uma recuperação paralela ao ciclo. Dividimos a residência em cirurgia geral em três ciclos. Se o residente não passar no primeiro, a normativa vigente é o desligamento. Não concordamos muito, mas esta é a norma vigente. Ele pode entrar com um recurso se as suas avaliações não estiverem bem colocadas no seu prontuário.”

Parabéns aos participantes! Agradecemos, em especial, aos nossos convidados.

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