Cirurgias urgentes caíram 60% durante pandemia

Os dados foram apresentados durante evento da ANM

As cirurgias de urgência tiveram uma queda de 60% no país durante a pandemia de Covid-19, enquanto a taxa de mortalidade nesses procedimentos subiu de 5,2% para 6,9%, num salto de 30%, em comparação ao mesmo período de 2019. Em Manaus, as cirurgias de urgência caíram 50%, com aumento de mortalidade de 70%. No Rio de Janeiro, a redução foi de 70%, com alta de mortes de 33%. E em São Paulo, houve 50% de queda cirúrgica e 20% de alta na mortalidade.

Os dados foram pesquisados pelo membro Titular do CBC, Edivaldo Utiyama, junto ao sistema do DATASUS e divulgados no evento online da Academia Nacional de Medicina, realizado no dia 30 de julho, sobre cirurgias no contexto da pandemia de Covid. “Muitos ficaram em casa tomando medicações e demoraram a procurar o pronto-socorro. Chegaram numa fase mais avançada da doença e com complicações”, afirmou o cirurgião Edivaldo Utiyama, ao Jornal Folha de São Paulo, que fez a cobertura do evento.

No evento da Academia Nacional de Medicina, o presidente do CBC, Luiz Carlos Von Bahten, participou como comentarista da palestra do TCBC Edivaldo Utiyama sobre “cirurgia de urgência na era da COVID-19”. O ex-presidente do CBC, Samir Rasslan, foi um dos organizadores do evento. Diversos membros do CBC, que também são acadêmicos da ANM, participaram como palestrantes.

Professor titular de cirurgia da USP, o TCBC Edivaldo Utiyama explicou que houve casos de pacientes operados em situação de urgência contaminados nas salas de emergência, quando os doentes de Covid e não Covid ainda não estavam sendo separados. “O paciente era submetido ao tratamento e no segundo, terceiro, quinto dia do pós-operatório, acabava evoluindo com a Covid-19, que piora muito o prognóstico, aumentando as complicações e a mortalidade”, diz ele.

O presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Luiz Carlos Von Bahten, o analisar os dados, explicou que os ambientes cirúrgicos vão precisar ser revistos, com salas de pressão atmosférica negativa, por exemplo. “Essas salas praticamente inexistem nos nossos ambientes do ensino médico. Vamos também ter que rever os ensinamentos dos alunos sobre paramentação e desparamentação”, afirma. Segundo avaliação do presidente do CBC, os EPIS – equipamentos de proteção individual – já deveriam estar sendo usados antes da pandemia.

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